A sindrome do cotidiano

Quem disse que eu não ouço rádo ás seis da manhã? O locutor citou um texto que eu achei EU ESCRITA, não poderia faltar na minha bíblia de motivções!

Não há nada que cause mais amargura do que a auto-depreciação. Um sentimento que nos impede de sermos felizes, esta terrível doença atinge a todos e poderia ser diagnosticada como "síndrome do coitadinho". Nos casos mais dramáticos nos persuade a olharmos sempre para dentro de nós ao invés de olharmos externamente e para o horizonte. Sussurra pequenas coisas em nossos ouvidos.
Lembra-nos do quando somos depreciados e maltratados. Importantes, mas, ainda sim, desprezados. Dotados, mas ignorados. Capazes, mas não reconhecidos. Brilhantes, mas eclipsados.
Se eu tivesse que escolher uma cor para auto-depreciação eu escolheria o preto azulado e o roxo de um hematoma feio. A auto-depreciação é como uma mancha que aparece na superfície de nossas vidas ou nos nossos corpos: um sinal avisando que algo sério está acontecendo em um nível mais profundo. Temos hematomas quando sangramos por dentro.
Uma das maneiras mais horríveis de morrer é pela hemorragia interna, o sangramento incontrolável dentro do corpo, traiçoeiro porque geralmente é indolor. Não há pistas visíveis mostrando o gotejar minúsculo que começa quando um pequeno vaso sangüíneo rompe até se tornar uma inundação fatal.
A auto-depreciação é a silenciosa hemorragia da alma. Você não sente ou não vê a força da vida escapando, até que ela não esteja mais ali. Então, é tarde demais.
Esta astuta enfermidade desliza para dentro do escritório do leal empregado que não foi promovido. Olhando de sua mesa imersa em papéis, a sua mente de repente é inundado com o lado da pena de si próprio: "ninguém liga pra você, encare a realidade. Nunca será promovido". Para o desempregado diz: "Sem chances!".
O impacto mais prejudicial da auto-depreciação é o seu final. Uma carranca dentro de pouco tempo substituirá seu sorriso. Então você acredita que não pode vencer porque tem maus antecedentes; porque sua família é numerosa; porque você "não conhece ninguém" ou se casou com a pessoa errada; talvez você esteja gordo demais ou fraco demais; não tem dinheiro, não tem talento, tem muitas dívidas, não está seguro de si; é muito feio, branco demais, moreno demais, sua altura é pouca, tem um nariz muito grande. Pretextos. A lista de desculpas que as pessoas inventam poderia encher um livro. Tudo bem, algumas podem até ser verdadeiras, mas nenhuma vai trazer sucesso ou dinheiro. Mas, certamente, entorpeceriam a luta para consegui-lo.
Em geral, as desculpas são algo que mascara sentimentos de dúvida. Tenhamos em conta que ninguém tem um complexo de inferioridade quando nasce. Isso é algo que se desenvolve com o tempo. Como na verdade ninguém é inferior por natureza, estes sentimentos podem ser vencidos reinstaurando-se a confiança em nós mesmos.
Nunca lhe ocorreu que o fracasso pode ser um excelente professor? Muitas das histórias dos grandes vencedores tiveram origem em desastres pessoais. São muito poucas as pessoas que venceram, em qualquer campo que seja, que não tiveram que enfrentar o fracasso e repúdio em algum momento de sua vida. Tornaram-se notáveis porque tinham confiança em si, porque eram secundadas pelo valor de suas convicções e porque se apoiavam na sua capacidade de se levantarem depois de caírem. Seriam, por acaso, essas pessoas inferiores só porque fracassaram alguma vez ou tinham qualquer limitação? Claro que não.
Se você não se livrar da sua "síndrome de coitadinho", de suas desculpas descabidas, complexos torpes e sentimentos de inferioridade ou de incapacidade, é claro que certamente morrerá. E morrerá de hemorragia da alma. Sem uma única gota de alegria.

Daniel C. Luz
Autor dos livros Insight I e Insight II
DVS Editora

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