1° Concurso A.B.L. / Única

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Vi o movimento das ondas, violentamente invadindo os rochedos, naquela tarde, vesti meu manto de solidão, e fui conversar com o frio daquela praia deserta. Tem sido assim desde que me lembro, embora goste de apagar experiências maiores da memória.

O mar e eu temos muito em comum, nisso de ser único, e majestosamente só. Lhe pergunto se existe algo que se compare a ele, se até mesmo o céu imita seu profundo azul pelo dia, e o brilho de suas ondas, pela noite, com infinitas estrelas, então, concluo: sou única.

Mergulhei à procura de meus monstros, é lá que guardei todos eles, pois em minha cabeça já não havia mais espaço. Matei a saudade, por quê? O que seria de mim sem o medo? Nem sempre a luz me fez enxergar o que era bom, foi no escuro da noite, e nessa eterna solidão, que me refugiei e ergui minhas muralhas, "domestiquei" meus demônios...

Despedi-me deles, e voltei à areia, sentindo-me ainda mais forte, pois meu medo, me ensinou a não temer, minha angústia, me ensinou a sorrir, minhas lágrimas, me ensinaram a  abrir mais os olhos e ver as coisas boas, que ainda me cercam. Larguei meu manto de solidão na praia, já não sentia mais frio, nem dor, nem motivo que me prendesse ali, coloquei minhas asas, e parti para o infinito.

Comentários

  1. Olá Dayanna

    Grato por sua visita e comentário, volte sempre,
    vou deixar um escrito que tem um pouco haver com sua postagem.
    " A mulher e o mar
    dois mistérios a desvendar
    no eterno vaivém das ondas
    num infindável desejo de amar"

    Valter Montani

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  2. Concerteza!

    Que belos versos!
    Beijos&Volte sempre!

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