Por favor, mora na minha confusão?



Já comecei três textos e apaguei a partir da terceira linha, são várias coisas me sufocando, que está difícil de escolher qual toco pra fora primeiro, acho melhor focarmos na minha falta de foco, não, acho melhor eu focar, a culpa não é sua, e o problema é meu mesmo. Espera. Eu disse "focar na minha falta de foco" que ironia, e que falta de concordância, espero que minhas ex professoras de português não estejam lendo isso, quer dizer que me foquei em algo? Pelo visto não, confuso, muito confuso, não vou apagar este parágrafo, talvez a coisa tome forma a partir do segundo.

Não tomo como esperdício essas linhas acima, pois serviram para que eu percebesse meu problema de hoje, o de ontem eu desisti de resolver, e o de amanhã, quero nem pensar. Está faltando coragem da minha parte de enfrentar as coisas, os medos, de arrumar meu guarda-roupa, e jogar fora o papel de embrulho daquele presente, jogar fora aquele presente também, e os rascunhos daquelas cartas que não serviram para manter ninguém em minha vida. Chegou a hora de parar de andar em círculos, em volta do que eu sentia, e passar a caminhar em frente, e de preferência com alguém que me mande flores do lado.

Algumas especialistas em amor, que moram com os pais até hoje, e tiveram centenas de namorados, dizem, que um amor é com outro que se cura, já outras que moram sozinhas com dois gatos, e que os pais tentam casar com aquele primo do interior toda vez que ela vai visitá-los, dizem que para se começar uma nova página, precisa-se encerrar a outra. Não confio no que elas dizem, mais ainda, porque parece que estou encravada entre esses dois casos que acabo de descrever, estou tentando curar uma página, terminando com um amor? Outra vez confuso. Mas gostei da ideia de morar sozinha e ter um gato.

O que quero dizer, é que não existe uma fórmula pra esquecer e nem pra gostar de ninguém, e que absolutamente nenhum ser vivo nesta Terra, é capaz de generalizar as coisas do coração, pois cada caso é único e louco, e intenso, para quem está vivendo ele. E cabe a nós mesmos criar o nosso "basta" o nosso "chegou a minha vez", e eu decidi criar: basta de te esperar, de te lamentar, e de te querer apesar de tudo, chegou a minha vez de dar uma chance para alguém que me mandará flores, e aceitará morar comigo e meus dois gatos.

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