Eu sem senti(r)do.

Foto de Cari Ann Wayman

Me cansei de tudo, outra vez, e como sempre, preferi me fechar. Não que eu não queira, e precise (muito) de afago, de colo, alguém que me ouça. Mas é que já tiveram muitos "alguéns" aqui pra amar, e ninguém se deu o trabalho de retribuir. Aí ficou devastado aqui dentro, sabe? Um cansaço tão imenso de sofrer me toma, e mal consigo me levantar para atender o telefone, porque lá dentro já sei bem o rumo que isso vai tomar, ainda tem vestígios daquela paixão de verão, daquele amor do maternal, e não posso esquecer daquele outro que foi o amor da minha vida, por alguns meses, até que se cansou. E agora chegou a minha vez. Simplesmente não dá pra fechar os olhos e beijar mais alguém, enquanto eu ainda queria estar com outro, não é justo eu obrigar meu coração a esquecer de tantos momentos, só com um beijo numa boca diferente, um perfume diferente, uma voz mais rouca, não dá para enfiar essas ideias na minha cabeça da noite para o dia, um lugar que já está lotado com tanta nostalgia. Preciso descarregar isso, mas sem ajuda, nem apelo a ninguém. Eu mesma terei de fazer isso, sem utilizar dos métodos normais, nada de trilhas sonoras, chocolate, sair para alguma festa, mudar o corte de cabelo, tomar algo que me deixei fora de mim por alguns minutos, isso tudo é momentâneo é apenas modificação externa, volto a sofrer logo em seguida, a única mudança permanente que pode acontecer é por dentro. Talvez se eu chorar por todos os erros em uma noite só, e dormir o dia todo acorde nova em folha, talvez... Ou quem sabe depositar tudo em um texto como estou fazendo agora? Sim! Já me sinto melhor, bem menos lotada, mas cheia de vontade, de mudar e de esquecer de tudo, lembrar só de mim e da minha vontade de amar, e de escrever textos sem sentido.


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