Ela era minha. Ou eu é quem a pertencia? Detalhes.


Suave. Com a pele de quem recentemente saiu do banho, deixava um rastro de uma fragrância que lembrava erva-doce. Ela era mesmo doce em cada traço, os lábios fartos, desabrochavam feito um botão de rosa bem rubra, que reluziam quando ela num movimento de ansiedade, roçava a língua suavemente sobre eles. Tinha a postura de quem estudou piano a vida inteira, e silêncio de quem aprendeu a ouvir a melodia que a vida toca.

Os olhos, dois oceanos profundos, que me convidam a mergulhar sempre que os vejo, os longos cabelos eram a moldura dourada para esta obra de arte feita por Deus, na tentativa de clonar um anjo. Seu caminhar mais parecia uma brisa fresca beijando o chão, e quando sorria, o sol perdia boa parte de seu brilho para a alegria inocente que cobria seu rosto. A voz se comparava a uma carícia à meus ouvidos mortais, me embriagava mais do que vinho, me deixava mais feliz do que ele também.

Mais o detalhe mais preciso de todos era que ela era minha. Ou eu é quem a pertencia? Detalhes.

 Só reinava em mim o desejo de conservar isto para o resto de nossas vidas, ou até que ela se cansasse de me ouvir dizer "eu te amo", se cansasse desse bobo apaixonado, que ama mergulhar naqueles oceanos, e beijar aquele botão de rosa, passear por aquela pele fresca, se embriagar naquela voz... Que ama amar aquela garota.

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