Oca



Em um esforço quase inútil de entender o que sinto, digo ao papel, em metáforas e analogias loucas, o que me vem a mente. Uma faixa de pedestre- sinal fechado no semáforo, horário de pico, centro da cidade. Todos vem, todos vão, num fluxo louco e desordenado.Uma corda numa brincadeira de cabo de guerra entre lutadores de sumô- e o suor escorrendo, muitos deslizam e caem de um lado depois do outro.Uma porta giratória- entram e saem ao mesmo tempo, rodando sem parar, ritmos diferentes para o mesmo fim. Dentro de mim é isso agora: uma mistura de sensações em frequências diversas. Na verdade tem uma tribo inteira dentro de mim bailando em descompasso.


-Mandem chuva/Mandem sol/Ressuscitem os mortos/Alimentem os vivos.
Pedem tudo, não dão nada. Entram na oca e se matam. Eu devo ser essa oca. Ou talvez só esteja oca.
Bagunça-se tudo dentro de mim.




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