"Não sabe que um dia a alma quer mais e o corpo cansa."


Movendo sobre as águas, nas quais o sol revela mil estrelas brilhantes, sofrendo no calor irritante desse meio de dia. Invade a imensidão em busca do que se perde na facilidade de se mover. Escolheu o lugar por amar a liberdade, amar desprender-se. Por amor à incompetência das próprias mãos em agarrar. A realidade de ver escorrer pelos dedos. E caminha com sua leveza por cima do desconhecido. O desconhecido. É que não sabe nada além do superficial, e por ele mesmo se apaixonou. Pelo que viu por cima, pelas cintilantes estrelas a brilhar quando faz sol. Não sabe que um dia a alma quer mais e o corpo cansa. E se passa a leveza, e se perde o equilíbrio. Não prevê que a profundeza trairá, com seus corpos que queimam, que mordem, que assustam. Trairá com a força que puxa forte. Arrancará toda a possibilidade de vida. Não sente em sua inocência que será carregado para o fundo e lá chegará sem vida. Não sabe que amando a superfície encherá os olhos, mas conhecendo a profundeza matará o coração.


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