Nós e a chuva


Abracei a chuva, sentindo cada gota passear pela pele quente, entrar dentro da boca em sorriso, lavar os olhos com brilho de alegria, tudo tão puro, que quase saí voando para o céu, a sensação teria sido a mesma, e você estava lá entre um pingo e outro da chuva, me prometendo que não ia chover o suficiente para me encharcar até eu chegar em casa, e eu acreditei em você, porque você nunca mente, e eu amo a verdade, ela me encanta, mas eu não me importaria de ficar ali, sorrindo com você, falando coisas sem sentido debaixo da chuva, até que um de nós se calasse, você ia chegar para mais perto, beijar minha testa molhada, sorrir pros meus olhos, e enxugar a chuva da minha boca com a sua.

Claro que isso ficou só na minha imaginação, porque nós dois não temos pressa, e isso só me dá mais paz a cada momento que passa, é fascinante descobrir cada pedacinho seu, um dia de cada vez, adoro o jeito que brinca com a minha imaginação, que sempre vai além do que seria dos nossos encontros se a gente não dissesse adeus tão depressa depois que o silêncio nos vem, e os olhares se perdem pelos cantos dos rostos.
Esse seu jeito de menino, e palavras de homem me pegou, confesso, preciso falar com você todos os dias, se não o dia em si não é completo, não é feliz.

É a vida dando o seu jeito de recomeçar, me fornecendo uma nova chance de sorrir, e vou agarrar com todas as forças, sua mão e essa oportunidade. Então lá vamos nós pela chuva, girando, e dando gargalhadas, as pessoas nos observam como se fôssemos loucos, mas não tiro a razão delas, talvez sejamos loucos mesmo, só que um pelo outro.

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