Do que eu tenho medo



Pouca gente mostra o seu lado vulnerável, aquele que aparece quando a porta do quarto se tranca e os olhos se fecham, a cabeça começa a girar e tramar em cima de tudo que tem passado e esperado. Depois de um tempo aqui dentro fica meio lotado, eu creio do fundo do coração que se eu colocar essa tralha para fora eu vou me sentir mais leve, mesmo que isto custe mostrar  minhas fragilidades, meus medos.

Do que eu tenho medo? Da vontade de escrever ( a única coisa que me salva) se esvair em meio a vida cheia de compromissos e obrigações. Medo de nunca trabalhar naquilo que eu amo, de ser odiada por quem eu amo, das velhas amizades sumirem no vento, do riso afrouxar, da paixão esfriar por completo. Dos longos períodos de sol, de ficar sem água para lavar minhas lágrimas, dos meus pais partirem antes que eu aceite que isto é inevitável.

Do mundo acabar antes deu me redimir comigo, de não ver meus netos, de enlouquecer e não ter quem perceba, de pegar a febre do dinheiro, de consumir sem responsabilidade, de não saber cuidar bem do meu amor seja ele quem for, de apenas existir e me esquecer de viver, de ser só mais uma por aqui, tentando se acertar, tentando pagar as contas no fim do mês, de morrer de forma dolorida, de não saber quem sou eu na vida.

E você, do que tem medo?

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