Nunca mais largo a pista



Hoje pela manhã, acordei antes do despertador como de costume, fui ao banheiro e retornei à cama para dormir mais meia hora, antes do dia oficialmente começar, mas como ocorre vez ou outra, uma enxurrada de pensamentos me veio a mente, o que me impediu de pegar no sono novamente, um pensamento constante que me rodeava e de como eu era fraca e deixava o meu corpo me dominar, sempre sucumbia a vontade de dormir mais um pouco, ou de não sair de casa só para não ter o trabalho de me deslocar, de me relacionar com outras pessoas.

Do quanto estava deixando esta escuridão me envolver, do quanto me sentia fracassada com os meus objetivos, que pareciam inalcançáveis. Dei um salto da cama, e fui correndo ao esquecido e empoeirado par de tênis no canto da varanda. Duas, três batidas, e já estava novo, arrumei-me rapidamente, como se dependesse da minha vida pular para fora daquele conforto todo e esticar as pernas na pista de caminhada.

E assim fiz, não me lembrava a ultima vez que havia dedicado alguns minutos do dia caminhando, enchendo os pulmões com aquele delicioso ar matutino; a  cada passo fui sentindo o quanto valia a pena ter saído da caverna, da minha zona de conforto.

 Depois veio o sentimento de gratidão.

Me sentia grata por morar tão perto da pista, e numa cidade pequena e tranquila, por ter tantas árvores durante o trajeto, e pela maioria delas estar tão florida, deixei que o verde me invadisse embalado pelas músicas no fone de ouvido.

Foi como a melhor das injeções de ânimo.

Sentia que a cada passada eu estava travando e vencendo uma luta por mim mesma, ao sair do comodismo, ao movimentar meu corpo doente de estar tão imobilizado e sedentário, sabia que estava me dando a oportunidade de viver melhor, aí elas vieram, as ideias, os planos os sonhos, eu sei que a vida é como esta pista, e que andando eu vou chegar lá, e que se eu olhar somente para os lados, vou acabar tropeçando.

Agora sei, que preciso ir em frente, de cabeça erguida, prestando atenção no horizonte dos meus sonhos, nunca mais paro de andar, nunca mais largo a pista.

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